LPS (Lipopolissacarídeos)

Os lipopolissacarídeos (LPS) são endotoxinas bacterianas formadas a partir de fosfolipídeos da parede celular de gram-negativas, liberados quando há destruição dessas células. Sua dosagem pode ser utilizada para avaliar a função do sistema imunológico , bem como os níveis inflamatórios decorrentes da infecção. A presença de LPS indica a presença de uma infecção por essas bactérias, auxiliando no diagnóstico de doenças como sepse, pneumonia e meningite. Além disso, o LPS é um potente indutor da resposta inflamatória inata, ativando células imunes.
Aplicações clínicas:
· Diagnóstico e Prognóstico de Sepse: A sepse é uma condição com risco de vida causada por uma resposta imunológica desregulada à infecção. A dosagem sérica de LPS pode auxiliar no diagnóstico e prognóstico da sepse. Níveis elevados de LPS na corrente sanguínea indicam a presença de infecção bacteriana gram-negativa, que é uma causa comum de sepse.
· Monitoramento de infecções bacterianas: A medição sérica de LPS pode ser usada para monitorar a eficácia da terapia antibiótica em infecções bacterianas. Pode ajudar a avaliar a resposta ao tratamento, acompanhando a redução nos níveis de LPS ao longo do tempo. A elevação persistente de LPS pode indicar falha do tratamento ou a presença de bactérias resistentes a antibióticos.
· Síndrome do Intestino Irritável (SII) : pode ser usado também como um biomarcador do nível de inflamação em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável (SII), uma vez que altos níveis de LPS estão relacionados com aumento da permeabilidade intestinal (leaky gut).
· Disbiose Intestinal : a dosagem de LPS pode fornecer informações sobre a translocação de endotoxinas bacterianas do intestino para a corrente sanguínea, indicando interrupção na função da barreira intestinal e potenciais efeitos sistêmicos da disbiose.
· Doenças Metabólicas: a inflamação crônica de baixo grau está associada a distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes tipo 2. O LPS das bactérias intestinais pode desencadear a liberação de citocinas pró-inflamatórias, levando à resistência à insulina e à inflamação sistêmica.
· Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): É caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, frequentemente associada à obesidade e à síndrome metabólica. O aumento da permeabilidade intestinal permite que o LPS entre no fígado, onde ativa as células do sistema imunológico e desencadeia uma resposta inflamatória, levando à inflamação do fígado e à progressão da doença.
· Doença Renal Crônica (DRC): Na DRC, existe um estado de inflamação crônica que contribui para a progressão dos danos renais. O aumento da permeabilidade intestinal e a disbiose intestinal podem resultar na translocação de LPS, desencadeando uma resposta imunológica e promovendo inflamação nos rins.
· Neuroinflamação: A inflamação crônica no sistema nervoso central (SNC) está associada a vários distúrbios neurológicos, incluindo doença de Alzheimer, doença de Parkinson e esclerose múltipla. Estudos indicam que o LPS pode desencadear uma resposta imune no cérebro, levando à produção de citocinas pró-inflamatórias e danos neuronais.




