Biotina: Interferência em Exames Laboratoriais Clínicos

ALERTA! Uso de biotina pode levar à interpretação errada de exames laboratoriais
A biotina, também conhecida como vitamina B7, vitamina H ou coenzima R, é uma vitamina hidrossolúvel utilizada como suplemento vitamínico ou no tratamento para pele, unhas e cabelo.
Em 2016, o periódico New England Journal of Medicine publicou uma carta relatando que o tratamento com a biotina em seis crianças levou a resultados laboratoriais que mimetizavam os de hipertireoidismo por doença de Graves: elevadas concentrações de T4 livre e T3 total, baixos níveis de TSH e altos níveis de anticorpo antirreceptor de TSH (TRAb). O quadro clínico e ultrassonografia não eram compatíveis com doença de Graves e a descontinuação do tratamento com biotina levou à normalização dos exames.
Desde 2012, a literatura relata alguns trabalhos que apontam tal interferência, principalmente em dosagens hormonais, o que ganhou reforço, a partir deste ano, com várias publicações que evidenciam essas alterações nos exames de avaliação de função tiroidiana (TSH, T4, T4 livre e T3). Nesses estudos, pacientes que usavam altas doses de biotina apresentaram resultados compatíveis com hipertiroidismo, ou seja, valores elevados de hormônios tiroidianos e valores suprimidos de TSH, mas sem nenhuma manifestação clínica de tirotoxicose.
De forma prática, o uso de altas doses de biotina aumenta a concentração sérica dessa vitamina, atrapalhando os ensaios baseados na reação biotina-estreptavidina. Quando ensaios imunométricos, ou do tipo sanduíche, são utilizados, as dosagens podem ficar falsamente baixas, o que acontece, por exemplo, com a do TSH. Nos ensaios competitivos, por outro lado, ocorrem valores falsamente elevados, como nas dosagens de T4, T3 e T4 livre. Outros ensaios que empregam a biotina incluem os de FSH, LH, testosterona, ferritina e marcadores tumorais, entre outros.
Fonte: www.pebmed.com.br
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